terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Poemas do livro "Folhedo" (Continuação)


Enfim

À memória do poeta que se foi.

Um poeta morreu,
e a cidade, assim, ficou mais muda.
No entanto, os que passam pelas ruas,
cotidianos, prosaicos, indiferentes
nem sabem que a voz do poeta feneceu.
Suas palavras, seus versos,
sua dor, suas insônias
são agora, mais ainda, um nada inútil
para a cidade e seus donos.
Como seria triste se o poeta
pudesse ver como tão logo o esqueceram...
Mas o poeta está morto
e assim, essas vossas pobres indiferenças,
enfim, não mais o ferem, não mais o matam.