segunda-feira, 24 de junho de 2013


      Óbvio-labirinto

                    I
                    Tenho algumas coisas a dizer
                    principalmente àqueles
                    que não precisam
                    nem querem me ouvir.

                    II
                    Não almejo o silêncio.

                    III
                    Minhas palavras vazias
                    ao tocarem o fundo do poço
                    estouram, como bolhas de sabão.

                    IV
                   O (único) artista mudo
                   é um vendedor de apólices.

quarta-feira, 5 de junho de 2013


                            Este mundo projetado

É um castelo encantado
onde mora uma linda princesa
disse ao pai o menino.
 
Não, é um Banco. Venha, vou mostrá-lo
por dentro.
 
E o encantamento, diante de tamanha autoridade,
não resistiu.
 
(Assim, o que era um castelo de magia, desde então,
tornou-se, para sempre, o cofre do dinheiro...).
 
Será que é assim,
será que tem sido assim,
por um efeito qualquer
de uma persistente alucinação coletiva
a força de convencermos teimosamente uns aos outros
que transformamos/velamos o Paraíso onde nascemos
neste feio-real-concreto-velho-mundo
onde agora habitamos?