sábado, 1 de junho de 2019










Na multidão (prisão)

Quem dera compor um canto feliz assim
como esse que o ar, cheio de sons, irradia.
Quem dera.
Mas quando se nasce com a Dor nos olhos
tudo o que a si resta é sofrer
a dor da pura realidade.
Dançai então, todos vós.
Dançai.
Vossos corpos perfeitos
vossa sensualidade
vossa felicidade que existe
e que não alcanço.
Dançai.
E deixai a mim aqui, de sentinela.
Um dia saberei...
Por enquanto, tudo o que vos posso oferecer
é esta imobilidade,
esta tristeza inútil, e fria.