sábado, 28 de abril de 2007



Estrela Morta

Um dia (ou será “uma noite”?) uma estrela brilhou
no teto de minha ilha.
Um brilho dourado que por um momento
preencheu todos os meus vazios.
De repente ela me sufocava na sua luz de doces odores,
na sua luz de pele macia de seda,
na sua luz de lábios e sons sensuais...
De repente ela penetrava na minha cabeça
acendendo minhas noites de insônia,
e me fazendo sonhar.
Sonhar tocá-la na sua mais longínqua intimidade.
Sonhar possuí-la.
Sonhar não mais ser nada.
Sonhar não mais ser inútil.
Sonhar que de repente a luz não se apagara...
Eu fechei os olhos e joguei as chaves na impossibilidade.
Eu matei a luz em tímidos assassinatos,
e a luz nunca mais voltou a brilhar para mim...
Eu matei a mágica, e assim morreu a magia...
De repente, as minhas noites continuaram
escuras, frias e solitárias como sempre serão.

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