sábado, 24 de janeiro de 2009


     Poema da Musa e o Poeta

     O Poeta,
     foi bater-se com a vida:
     filas demoradas, promissórias, requerimentos...
     No seu mais duro cotidiano, por fim, perdeu-se.

     Enquanto, porém, o Poeta
     esquecia assim, relapso, a poesia,
     a Musa, jazia esquecida, agonizante,
     e morrendo, desfazia-se
     em redemoinhos de fumaça.

     Eis entanto,
     que tendo chegado a noite e o cansaço,
     o Poeta, o servo triste,
     viu, talvez num devaneio, a agonia
     e a agonia da Musa, que morria...

     O Poeta,
     por fim, tomado de pena,
     trôpego, erguendo-se,
     foi escrever, ainda assim,
     estes versos tristes:
     para que a Musa não morresse.

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