quarta-feira, 9 de dezembro de 2020




Terminais

Quantos dos meus dias vãos

vagam pelo meu passado em busca de utilidade...

Vejo-os esquálidos-pálidos vagando por estações

nebulosas, nevoentas, frias

– esperando tristes vagões de dias vãos

que chegam um após outro, intermináveis

como ondas de um mar;

esperam com ânsias a chegada de um dia feliz

que traga boas novas, novidades, mutações;

esperam resignados, como uma família espera

um irmão que subiu na vida;

esperam para abraçá-lo e deixar que a felicidade dele

mude as suas insignificâncias,

sua inutilidade e sua monotonia.

 

Desembarca um novo dia:

correm todos a vê-lo

e como sempre, voltam tristes

e sentam-se e esperam...

– Quem sabe amanhã ele chega...

 

E sentam-se e esperam e esperam. Esperam.



Nenhum comentário: