sábado, 4 de agosto de 2007



Grama ti cais*

Sempre amei os gramáticos
— dóceis velhinhos de lindas cabeças branquinhas.
Nunca conversaram com o povo
nem sabem onde ele mora...
Mas falam muito bem sua língua,
defendem com unhas e rugas suas cadeirinhas.
Não sei se devo chorar a língua — que é morta —
ou a eles, que a querem assim, defuntinhos.
Ambos, certamente, merecem nossas mais sinceras
condolências.


* Poema assinado sob o pseudônimo João da Rocha.

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