sábado, 14 de abril de 2007

Do livro "Ruas e rios" (continuação)



Pelo caminho da Verdade

É chegada uma curva do caminho
onde até as pedras são inúteis,
e a Poesia, a cada passo, vai
se descosturando —
de fora para dentro.
Depois, é preciso ter o cinismo de saber
que a mão sempre se acomodará na luva:
mesmo que amputemos os dedos,
e que todos os frutos estão
amadurecidos
— podres inevitavelmente...
Então, só resta,
nas brumas do passado,
uma criança que acena, distante
na decepção...

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