sábado, 19 de abril de 2008


               A Voz do Oráculo

Eis o oráculo:
não, nunca se erguerá teu busto na praça,
nem se registrará compêndios sobre os teus versos.
Contudo, não choramingues como uma criancinha débil
a qual acaba de ser revelado que não receberá presentes
por seu aniversário.
Na verdade, far-te-ão justiça:
as asas que lhe coube (ou será “que deste a ti mesmo”? )
não são tão grandes quanto
as daqueles que já alcançaram o Olimpo.
No entanto, tem havido noites de embriaguez
em que me tem sido proposto um enigma sobre ti:
desde quando sabes o que foi predito pelos oráculos?
Desde há muito tempo...
Porém, apesar dessa certeza, tens persistido.
Pois bem: não serás tu, justamente por ser mais árdua
a tua senda, maior, verdadeiramente, do que aqueles Vultos
que tanto amas?

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