Epitáfio para meus versos
Ao amigo Maurício Gomes Filho
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Augusto dos Anjos
Ah, meus pobres versos...
somente as traças
e o silêncio indiferente das estantes
vos esperam realmente.
Já tive ilusão,
já até vos tracei planos
e quimeras...
Isto há tanto tempo
que nem mais tenho enganos.
Não temeis, porém, versos meus
este inevitável silêncio
que vos espera: tereis a mim...
E assim, seremos tantos
a olhar o nosso enorme nada,
como um suicida olha a calçada
(para a qual saltará)
de sua fúnebre janela...
Ao amigo Maurício Gomes Filho
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Augusto dos Anjos
Ah, meus pobres versos...
somente as traças
e o silêncio indiferente das estantes
vos esperam realmente.
Já tive ilusão,
já até vos tracei planos
e quimeras...
Isto há tanto tempo
que nem mais tenho enganos.
Não temeis, porém, versos meus
este inevitável silêncio
que vos espera: tereis a mim...
E assim, seremos tantos
a olhar o nosso enorme nada,
como um suicida olha a calçada
(para a qual saltará)
de sua fúnebre janela...