Breve, cotidiano
Passaram:
a moça que venceu o concurso de beleza,
o poeta do primeiro livro,
o cantor ganhador do festival da temporada.
Iam por ruas diversas da cidade,
mas levavam em comum
um certo olhar de quem sonhava.
Impregnados de futuro,
passaram, deixando um rastro
misteriosamente divino na cidade.
Mas os caminhos por onde seguiam
foram dar numa mesma praça:
a moça tropeçou no salto
que lhe foi muito alto;
o poeta, implicou com um cão, por ter,
descuidado, dele pisado a cauda;
e o cantor sofreu um acesso
de tosse de fumaça...
Passaram...
e só então os cotidianos da cidade
prosseguiram,
irremediavelmente humanos...
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