sábado, 8 de novembro de 2008


                As ervas, e as flores

    As ervas daninhas comandam o pomar,
    sobem pelos muros, invadem os canteiros,
    crescem, abundam, vicejam nas terras mais férteis,
    apossam-se das sombras e das águas mais frescas.
    As ervas daninhas dominam as hortas,
    truncam a seiva benfazeja, sugam, devoram, asfixiam,
    determinam o êxito das safras, os grandes lucros das colheitas.
    As ervas daninhas erguem-se nas alturas,
    assentam-se nos mais altos postos,
    erguem cercas, proliferam nos latifúndios.

    As ervas daninhas regem o tudo,
    e assim, em volta delas,
    gira, interminável, o mundo...

    Mas, as flores, as plantas úteis?
    São absurdos da delicadeza,
    são erros malnascidos,
    que excluídos o acaso fez nascer
    por entre a ramagem malfazeja.

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