sábado, 29 de novembro de 2008


            Pássaros presos

           Era preciso voar mais alto, meus irmãos.
           Vencer as alturas, conspurcar os cimos,
           reconstruir a cidade, desempanar o sol.
           Prendem-nos entanto estas asas rotas.
           Rastejamos terrestres impotentes,
           arranhamos na areia tétrica
           nossas pobres asas.
           O que será de nós, meus irmãos,
           pássaros presos...
           Nossa única grandeza
           esta consciência dolorosamente suportada
           de nossas asas atrofiadas.
           A possibilidade, talvez, de traçar
           num grandioso vôo raso
           uma ponte,
           entre esta geração exangue
           e uma nova revoada.

Um comentário:

ggggg disse...

Muito boas as postagens, muito bons os poemas do amigo e confrade Francisco Araújo, da nossa APLACC (Academia Pendense de Letras.)Que a sua/a nossa poesia cresça/floresça(m) e produza(m)bons frutos. Um abraço extensivo do amigo/confrade, poeta e contista, Luciano Rocha