quinta-feira, 14 de agosto de 2014

              Adeus, Mestre Sala

                   À memória do amigo Salatiel Cupertino

         Quem cantará agora?
   Quem irá agora encher
   as noites dos bares e o coração da juventude
   de alegria?
   Onde está o Mestre Sala?
   Por que foi embora deixando aqui o violão
   e o seu chapéu de guerreiro,
   sua honradez e o seu justo canto?
   Sabemos no entanto que ele foi um justo,
   e assim, nós que ficamos
   criamos para ele um lugar mágico
   onde sabemos que eternamente agora ele mora:
   uma enorme praça onde uma grande caixa de som
   recita a música de Geraldo Azevedo,
   e os amigos todos, reunidos,
   tomam cerveja e falam da Verdade
   e do dizer não à guerra.

   Arauto da alegria,
   sabemos o quanto te doía a tristeza humana...
   Não repares nas lágrimas, Mestre Sala.
   Choramos apenas porque estavas com sono
   e foste embora antes do romper d’aurora.
   Mas a festa continua (precisa continuar),
   e nós que ficaremos ainda mais um pouco
   te aplaudimos e te saudamos.

      01.01.93

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