Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
sábado, 21 de julho de 2007
Do livro "Ruas e rios" (continuação)
Aquilo*
Para Bella Lugosi
Meu caro rapaz:
Soube do seu gosto pelas minhas escrituras
e da tal moça que quer ganhar AQUILO.
Ora, me diga:
o que sei eu d’aquela, d’aquele ou,
até mesmo, d’AQUILO?!
Nunca se pode vir a saber o que vem a ser AQUILO...
Aliás, eu desconfio que essa tal moça
deveria vir morar aqui comigo...
ou então mandar todo o mundo para cá
e ficar sem aquele, sem aquela e,
até mesmo, sem AQUILO.
Mas, como trata-se de uma jovem
(e eu, apesar do tempo e do pesar, ainda gosto muito
d’uma jovem),
vou deixar no fim dessa prosa
um AQUILO —
e que ela pense que AQUILO é
AQUILO que ela gostaria que AQUILO
fosse
A Q U I L O
JP
16/03/91
*Poema assinado sob o pseudônimo João da Rocha.
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