sexta-feira, 21 de dezembro de 2012


                                                Santa Magistratura
Vil putana de magistral estatura
rosa dentada da mega estrutura
má és, e aturas, a opressão fálica
de mil corpos sobre a tua decúbita pose;
falácia urdida nas cátedras da mentira
na verborragia pustulenta dos sofistas
dos palanques, dos marqueteiros, dos pícaros:
aceitas passiva o manejo dos mais rijos membros
das pólis, sempre tão dotados no defloramento
milenário dos estuprados, das curras, dos ânus
                                                                     [glabros
de todas as infinitas épocas, povos e burgos;
ergues sempre teu manto diáfano e falso
e esguichas teu jacto quente de urina
na cara de todos os inocentes que pereceram
infinitamente em todos os milenares morticínios;
és como os sepulcros apostrofados pelo Cristo
branca na fachada do riso, boca, lábios e siso
mas pútrida no âmago profundo da rósea vagina;
não lances sobre a Arte a tua cegueira falsa
– bem enxergas o reluzir do ouro e das propinas –
obscena, segue teu jogo de disfarces vários
ad infinitum, ipsis litteris, fazendo valer apenas
o argumentum baculinum, enquanto deixas cair
só sobre o lombo dos desvalidos
a vara rija da tua balança prostituída.

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