Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Verso maior
Minha estrela
Nasci pobrezinho, qual ave do bosque;
Eu tenho uma estrela que Deus me guiou,
— Um cetro supremo e sublime da Artista ―
E nem por impérios tal estrela eu dou.
Eu trago na fronte tão loiro diadema,
Mais loiro e mais lindo que a luz das manhãs!
O sol me desperta em meu leito de espinhos,
As flores dos campos são minhas irmãs.
Debalde a riqueza me cobre de insultos,
A inveja tropeça na linha em que vou,
Eu tenho uma estrela radiante de Artista,
É um timbre infinito — foi Deus que timbrou.
Sou órfão de amores, sou pobre de afetos,
— Não tenho carinhos jamais de ninguém —
Eu tenho uma estrela suprema de Artista
E tenho uma glória que muitos não têm.
Sabino Romariz*
*poeta maior penedense (1873-1913).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Feliz em encontrar meu bisavô por aqui! Toda a família Romariz agradece a bonita homenagem.
Obrigado!
Lucas Romariz Pontes
Lucas:
Como penedense, como amante da poesia e como admirador da qualidade inquestionável da poética do nosso grande Sabino Romariz, não poderia deixar de incluí-lo neste "O verso da pedra".
Obrigado pela visita e um forte abraço (extensível à sua mãe e todos de sua família).
Postar um comentário