Poema do Poeta e a Musa
A Musa,
do alto de seu arbítrio,
vendo o Poeta, indolente, reclinado,
jogou-lhe das alturas sua sentença:
– Ó relapso filho e dileto,
hoje não terás poesia.
Para ti hoje, filas demoradas,
promissórias, requerimentos...
O teu mais duro cotidiano.
Apenas.
E o Poeta,
abatido, foi bater-se com a vida,
sem ao menos um verso
para entorpecê-lo ao romper
da madrugada, e da insônia
que o fustiga.
A Musa,
do alto de seu arbítrio,
vendo o Poeta, indolente, reclinado,
jogou-lhe das alturas sua sentença:
– Ó relapso filho e dileto,
hoje não terás poesia.
Para ti hoje, filas demoradas,
promissórias, requerimentos...
O teu mais duro cotidiano.
Apenas.
E o Poeta,
abatido, foi bater-se com a vida,
sem ao menos um verso
para entorpecê-lo ao romper
da madrugada, e da insônia
que o fustiga.