Santa Magistratura
Vil
putana de magistral estatura
rosa
dentada da mega estrutura
má
és, e aturas, a opressão fálica
de
mil corpos sobre a tua decúbita pose;
falácia
urdida nas cátedras da mentira
na
verborragia pustulenta dos sofistas
dos
palanques, dos marqueteiros, dos pícaros:
aceitas
passiva o manejo dos mais rijos membros
das
pólis, sempre tão dotados no defloramento
milenário
dos estuprados, das curras, dos ânus
[glabros
[glabros
de
todas as infinitas épocas, povos e burgos;
ergues
sempre teu manto diáfano e falso
e
esguichas teu jacto quente de urina
na
cara de todos os inocentes que pereceram
infinitamente
em todos os milenares morticínios;
és
como os sepulcros apostrofados pelo Cristo
branca
na fachada do riso, boca, lábios e siso
mas
pútrida no âmago profundo da rósea vagina;
não
lances sobre a Arte a tua cegueira falsa
–
bem enxergas o reluzir do ouro e das propinas –
obscena,
segue teu jogo de disfarces vários
ad infinitum,
ipsis litteris, fazendo valer apenas
o
argumentum baculinum, enquanto deixas
cair
só
sobre o lombo dos desvalidos
a
vara rija da tua balança prostituída.