Para Márcia
Andrade
Diante
do pálido frontão
estes
meninos brincam
sua
profana-singela-sórdida
brincadeira:
–
Querubim, eu querobéns!
–
São meus, são meus, querubim!
–
São meus, são meus, querobéns!
(E
há ainda os escapulários
a
contabilidade, o lucro, a renda
o
marketing, o luxo, o concílio, o coro
a
obediência, o código, o ego, o armário
a
coroa, a mitra, a irmandade, a prenda
o
imposto, o dízimo o anel de... ouro
o
báculo, o refletor, a maquiagem, o halo).
Enquanto
isso
no
mais escuro dos cubículos,
por
trás do frontão, do átrio, do palco –
Deus
jaz esquecido:
centro
mudo do humano labirinto.
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