O Maestro da
Banda
À memória do
Professor Minadábio Bezerra
Queria dedicar-te estes versos tristes
que urdi na ausência do pranto.
Mas agora tudo é muito tarde...
Não mais retretas de fanfarras,
não mais desfiles, passeatas,
dia da Pátria, pendão, quando tentando
conter a algazarra estudantil,
com tua barba profética, trôpego,
o rosto contorcido numa emoção infantil,
fazendo a banda passar,
maestro da banda, passavas...
O maestro da banda, que perdeu
numa esquina, o compasso da vida...
Clarins dissonantes, liras sem partituras,
dobrados fora do tom...
A música da vida morrendo
lenta, num lento suicídio,
por quê?
Não, soem as sinetas,
escrevam na lousa branca:
aqui jaz o maestro da banda;
silêncio juventude fardada,
deixem-no em paz... dormir.