Uma história triste
O
suicida
foi
para o silêncio do seu quarto
despedir-se
da vida.
Apontou
serenamente a morte para o ouvido
e
detonou, num jacto de sangue, consumou
seu
desespero, sua fuga rumo ao desejado nada.
(No
funeral falaram de sua covardia;
os
que muito o amaram lamentaram a Deus
por
ter condenado seus filhos à morte).
O
suicida
despertou,
entretanto, no outro mundo;
e
ao constatar sua transcendência
–
um outro mesmo mundo
que
aguardava ávido sua angústia –
o
suicida, amaldiçoou a Deus
por
ter condenado seus filhos à vida.