Poema de
adeus
À memória de
meu pai, Francisco Solano Araújo
Queria dizer-lhe tantas coisas,
escrever-lhe os mais belos versos
ou simplesmente falar do meu amor,
da minha admiração e do meu orgulho
de ser teu filho...
Mas as palavras soçobram, envoltas na dor
da perda.
Farol a brilhar na noite,
porto seguro além de todas as tempestades
(para o qual sempre voltava),
eu, talvez poeta, perco-me nas palavras...
E olhando a triste distância que nos separa
apenas posso dizer: adeus.
O luto abateu-se sobre nossa casa
e morrem-me todos os versos...
Que os pássaros entoem por ti
seus cânticos...
26.12.94