Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Jovens ruas
Na noite molhada de chuva,
ruas caminham úmidas pela cidade sombria.
Perdem-se pelos becos incertos,
vagam periféricas pelos cruzamentos confusos,
procuram traçar numa esquina suas rotinas.
Para onde vão aquelas ruas incertas que não vejo
seus destinos?
Todas as ruas da cidade têm no fim uma certeza,
só aquelas jovens ruas não sabem caminhar
pela cidade velha sozinhas...
Quando se construíram, a cidade-mundo já era
uma anciã débil-confusa.
Ninguém traçou pra elas planos lógicos.
Ninguém lhes deu mapas de seus becos.
Agora, sempre que chove (e a chuva sempre vem),
as ruas jovens ficam alagadas, bêbadas,
inseguras, vazias
— esperando um Deus divino ou infernal,
que lhes dirá um dia:
“É por aqui, ruas minhas”...
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