Mamíferos*
Os teus dois seios parecem dois cervotinhos,
filhos gêmeos duma gazela.
......................................................................
A tua estatura é semelhante a uma palmeira,
e os teus seios a dois cachos de uvas.
Cântico dos Cânticos
Amamos a rigidez muscular oculta sob sedas.
Amamos a fragilidade morena, rosada, clara, cor de leite, ébano.
Amamos a sua geometricamente cônica forma.
Amamos o desejo indisfarçado de vê-los no seu natural abandono.
Sabemos os segredos de todas as Evas.
Sei-os, sabes, sabemos —
E os queremos, tentamos ao menos.
Desejamos descobri-los, tocá-los, comprimi-los,
Reviver nossas refeições infantis,
Sentir seu calor maternalmente erótico.
Desejamos em sonhos diurnos, noturnos, quiméricos.
Sabemos o óbvio de todos os corpos femininos.
Sabemos, sabes, sei-os —
E inevitavelmente os queremos:
Com todas as suas fragilidades cutâneas, carnais, felinas.
Sim, amamos, sem medidas (nem tamanhos),
Naturalmente, instintivamente , brasileiramente...
Mas sem afetação psicológica —
E atestados do INSS de que não somos tarados.
*Poema assinado sob o pseudônimo João da Rocha.
Um comentário:
Freud explica!
Postar um comentário