Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
sábado, 26 de maio de 2007
Velho morrer
É preciso envelhecer,
sentir a miséria ainda mais profunda.
É preciso cair nas ruas,
de cansaço e de espera,
diante dos olhos da pátria cega.
Morrer aos poucos como uma chama
— a branquidão inútil dos cabelos cansados
estática diante da porta fechada
que lhes nega
a sobrevivência da vida que lhes resta ainda.
Os velhos morrem guerreiros assim
aqui,
sem a clemência última
de uma paz, ao menos.
24/01/92
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