Na noite
Vem de longe este velho barco.
E no velho mastro, na sua velha vela rota,
que o vento às vezes ainda infla,
vêem-se já os sinais de todos os seus cansaços.
Mas, para onde vai,
e de onde vem essa ânsia de mar alto;
esse fugir de todas as praias habitadas,
de todas as ilhas paradisíacas;
esse querer o turbilhão e a solidão
das mais impossíveis vagas elevadas?
Talvez de um distante cais ancestral,
talvez da brisa maternal que o embalou
por demais longe de todos os perigos dos rochedos;
talvez, não da ânsia de conquistar mundos novos,
mas da mais pura cobardia.
(E assim, como se não bastasse a solidão e a tormenta,
há um duradouro momento na imensa noite navegante
no qual o velho barco sente-se apenas a fugir
e não a navegar contra a corrente).
Noite, noite voraz:
o velho barco triste apenas paira no horizonte,
enquanto um sol agoniza o seu agouro,
longe, lá no mar poente.
E no velho mastro, na sua velha vela rota,
que o vento às vezes ainda infla,
vêem-se já os sinais de todos os seus cansaços.
Mas, para onde vai,
e de onde vem essa ânsia de mar alto;
esse fugir de todas as praias habitadas,
de todas as ilhas paradisíacas;
esse querer o turbilhão e a solidão
das mais impossíveis vagas elevadas?
Talvez de um distante cais ancestral,
talvez da brisa maternal que o embalou
por demais longe de todos os perigos dos rochedos;
talvez, não da ânsia de conquistar mundos novos,
mas da mais pura cobardia.
(E assim, como se não bastasse a solidão e a tormenta,
há um duradouro momento na imensa noite navegante
no qual o velho barco sente-se apenas a fugir
e não a navegar contra a corrente).
Noite, noite voraz:
o velho barco triste apenas paira no horizonte,
enquanto um sol agoniza o seu agouro,
longe, lá no mar poente.
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