Bailarinos noturnos
Eles
são bailarinos.
Executam
seus silenciosos bailados
nas
ruas vazias.
Não
nas ruas vazias dos homens
(que
são donos delas),
mas
nas ruas que eles mesmo fazem
(tortas,
sinuosas, sem atmosfera,
onde
todos os corpos estão sempre
a
cair infinitamente),
nas
ruas que só eles veem,
nas
ruas que mesmo vazias e tortas,
estão
sempre cheias e certas e lindas
(lindas como só eles podem ver
(lindas como só eles podem ver
dos
homens as ruas vazias).
Não
importa que bailar ninguém os veja,
que
só a lua os observe:
eles
bailam e flutuam na sua rua imaginária,
e
são ebriamente felizes.
Não
importa se amanhã a rua será
novamente
dos homens:
eles
dançam adormecidos e são felizes
nesse
momento.
Que
ninguém tente despertá-los.
(Por
que, se nesse momento são felizes?).
Como a rua vazia, impassíveis, deixemos
[eles
Como a rua vazia, impassíveis, deixemos
[eles
- já que é dos homens,
não
dos bêbados, a realidade.
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