Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
sábado, 14 de abril de 2007
Do livro "Ruas e rios" (continuação)
Pelo caminho da Verdade
É chegada uma curva do caminho
onde até as pedras são inúteis,
e a Poesia, a cada passo, vai
se descosturando —
de fora para dentro.
Depois, é preciso ter o cinismo de saber
que a mão sempre se acomodará na luva:
mesmo que amputemos os dedos,
e que todos os frutos estão
amadurecidos
— podres inevitavelmente...
Então, só resta,
nas brumas do passado,
uma criança que acena, distante
na decepção...
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