Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
sábado, 14 de abril de 2007
Verso maior
[Despedida]
Eu parto com o ar
— sacudo minha neve branca ao sol que foge;
Desfaço minha carne em redemoinhos de espuma,
Entrego-me ao pó para crescer nas ervas que amo;
Se queres ver-me novamente, procura-me sob teus
[sapatos.
Dificilmente saberás quem sou ou o que significo;
No entanto serei para ti boa saúde
E filtrarei e comporei teu sangue.
E se não conseguires encontrar-me, não desanimes:
O que não está numa parte está noutra;
Nalgum lugar estarei à tua espera.
Walt Whitman*
*poeta norte-americano (1819-1892); fragmento do livro Folhas da relva.
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