Para o amigo Welington Batista Luz
Aconteceu, porém,
que chegado um certo tempo,
eu tive que matar Deus dentro de mim.
E assim vaguei solitário e indiferente
pelas ruas sombrias e pelas veredas...
E os anciãos, em seus corações
– que já viveram muito –
ao me verem passar, apontavam apiedados:
“Lá vai o jovem sem Deus!”.
No entanto, eis que uma noite,
eu seguia por uma rua erma
e a chuva veio.
Depois, um cão vadio passou por mim,
apressado e encharcado pelo aguaceiro,
no seu andar medroso e indefeso.
E foi assim, repentino, que Deus se revelou
para mim.
Este Deus novo, contudo,
não está em livro algum...
E eu sequer sei nomeá-lo, nem defini-lo
– pois ele habita, intransferível,
dentro do meu peito:
no mais profundo dos meus abismos.
2 comentários:
Francisco, meu querido consócio, gostei do seu poema que fala do jovem sem Deus. Oxalá todos os jovens sem Deus fossem como esse poema.
Parabéns, menino! Gosto do jeito como você expressa a fé.
Obrigado Núbia, pelo acesso e pelo comentário.
Um abração.
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