Aqui, versos prontos para viagens várias, para navegantes ou para transeuntes que, do cais, podem vislumbrar a paisagem... Por que a poesia é o outro lado da aridez, tentativa da construção do sonho, mesmo a partir da adversidade; sonho colhido nas palavras dos mestres, empreendimento sempre a ser compartilhado com o outro. Podem içar as velas...
domingo, 17 de junho de 2007
Folhedo
Esta folha,
manchada de versos,
leva-a o vento, o tempo.
Vai cair lentamente imprestável
no leito morno da sarjeta.
É preciso manchá-la,
matar a monotonia das linhas retas e brancas.
Esta folha,
d’antes limpa, imaculada,
manchada, imprestável, morta:
é adubo, estrume.
Vai cair sobre o campo árido e extenso,
indispensável (quem sabe)
para colheita.
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